Trabalho de toda uma vida – “A Educação como vocação e o Direito como expressão”

Considerado um dos maiores especialista do Brasil em Direito Educacional e principal referência nessa área, José Roberto Covac, faz um relato na primeira pessoa da trajetória da Educação Superior e do Direito Educacional do Brasil nas últimas três décadas, período que vivenciou como poucos.

Com uma narrativa cheia de revelações e episódios pitorescos, o livro compõe um amplo e minucioso painel, que descreve a trajetória pessoal e familiar e os bastidores dos acontecimentos que marcaram o desenvolvimento do ensino superior no país, as políticas públicas implantadas com todo acabou-se legal, apresentados por um profundo conhecedor do segmento.

O livro está  na  plataforma chamada Um Livro  (www.umlivro.com.br) e  pode ser comprado acessando o link https://loja.umlivro.com.br/a-educacao-como-vocacao-e-o-direito-como-expressao—tres-decadas-dedicadas-ao-setor-de-ensino-superior-brasileiro/p

Vejo o prefácio do livro escrito pelo Dr. Gabriel Mario Rodrigues

 

Trabalho de toda uma vida

Se eu precisasse apresentar o Covac para quem não o conhece, ressaltaria, entre outras, três qualidades especiais que mostram quem ele é: trabalha 24 horas por dia; tem uma memória enciclopédica; e dispõe de uma persuasão motivadora à flor da pele.

Desde que nasceu, o Covac teve de fato a Educação como vocação e o Direito como expressão. Na vida privada, é um excelente chefe de família e uma pessoa de uma religiosidade ímpar, sem nunca impor o seu credo. Marido exemplar, pai amoroso e, como ninguém é perfeito, corintiano.

Não foi fácil fazer este prefácio para os mais de 30 anos de atividades desenvolvidas pelo Covac no ensino superior. Mas ele foi feliz em contar um pouco da sua história familiar, alinhando-a com os acontecimentos do setor educacional nesse período e com a trajetória do desenvolvimento do ensino particular, onde foi professor e atuou, desde na administração de uma faculdade, até também na área pedagógica e como consultor de mantenedora. E, naturalmente, como advogado, participando de tudo que dissesse respeito à parte legal e educacional das instituições de ensino superior, bem como às relações destas com a área governamental.

Começou na Fundação Educar, que lhe abriu as portas e, devido à sua versatilidade e sua capacidade de fazer amigos e construir conexões interpessoais, foi enfrentando os desafios da vida. Acompanhou desde os bastidores, primeiro como consultor do Semesp, da ABMES e do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, e depois como protagonista, mostrando ao MEC a racionalidade dos nossos pleitos. Desde os idos tempos do “queimadinho”, como era chamada a primeira sede do antigo Conselho Federal de Educação, onde, para falar com um conselheiro, era necessário esperá-lo no banheiro até que, premido pelas necessidades naturais, ele para lá se dirigisse.

Muito tempo decorreu até sermos reconhecidos pelo papel desbravador do ensino superior privado no Brasil. Um dado que poucos conhecem: nós formamos, nesses últimos 60 anos, mais de 8 milhões de profissionais, que, em suas múltiplas atividades, trabalham pelo desenvolvimento do país. O Covac mostra no livro o que é o cipoal de leis, regulamentos, resoluções e portarias gestados no MEC pelos ministros e funcionários de plantão, boa parte dos quais só conheciam de Educação as carteiras escolares. A obsessão deles era sempre fiscalizar, ver se os regulamentos eram cumpridos. Somente neste século aconteceu o que seria racional, que é avaliar o formando.

Assim como a maioria dos vencedores, o autor desta obra vem de família modesta. Mãe dona de casa e pai torneiro mecânico, cuja participação em atividades de colaboração sociocomunitárias lhe serviram de exemplo, desde o ginásio, para ajudar os desprotegidos. Com o falecimento do pai, precisou ajudar em casa, e trabalhava em tudo o que aparecia. Enfim, lutou para construir uma carreira profissional, até constituir um escritório de advocacia de grande prestígio no Brasil.

Iniciando com uma lojinha de flores em Poá, município que faz divisa com Ferraz de Vasconcelos, onde morou por 31 anos, e se virando para pagar a faculdade, foi aos poucos subindo os degraus do sucesso para chegar onde chegou. Morando quando recém-casado em casa de quarto e sala, construiu os móveis do filho que nasceria, o que mostra suas habilidades artesanais.

Começo de vida nada fácil, mas, se fosse destacar algo, eu registraria, como já escrevi antes, que é um trabalhador nato. Faça sol, faça chuva, nunca faltou às suas responsabilidades ou compromissos. Só não sei dizer quantas horas ele tem de estrada, a pé e de carro, de voos e de computador.

De uma perseverança incrível e, mais do que isso, com o dom de ouvir as pessoas e conciliar interesses divergentes, demonstra absoluta transparência nos atos e inspira credibilidade, revelando um ideal de vida invejável.

Conseguir acordos sindicais com professores e funcionários não é para qualquer um. Mas valores e ética vêm do berço e a religiosidade que inspira sua vida tem um pormenor: não é daqueles que vivem alardeando que são santos e que o resto vai para o inferno. Logicamente, atrás de um grande homem tem uma grande mulher, e a Iara sempre foi companheira e apoio para o seu sucesso. Sem falar dos filhos, que também estão agora no mesmo barco empresarial, e dos irmãos, que são professores.

Destes mais de 30 anos, eu devo ter convivido com o Covac cerca de 20, em ritmo de intensa colaboração e com muitas realizações. Mas o mais importante deste livro, além da citação de todos aqueles que ajudaram o desenvolvimento do ensino superior particular brasileiro, é que ele vai ser um instrumento de pesquisa dos historiadores do futuro para analisarem a Educação brasileira, e também um marco divisor do passado e do que virá pela frente na atividade. Um prognóstico eu posso fazer: nesta obra devem ter sido citados mais de 100 nomes que conhecem e vivem a Educação diuturnamente. Se tivéssemos livro igual da área pública quantos nomes seriam?

Para concluir, nada melhor que contar o acontecido numa reunião em que estavam presentes Trump, Putin e Xi-Jinping, que discutiam qual de suas nações liderava o mundo. Como não chegavam a um acordo, chamaram Narendra Modi, da Índia, e lhe fizeram a mesma pergunta. E ele respondeu: “Pelo que sei, o CEO da Google é um indiano. O Ceo da Microsoft também é um indiano. O CEO do Citigroup é indiano. O CEO do Soft Bank Vision Fund é indiano. Os CEOs da Adobe, da Netapp, da PepsiCo, da Nokia, da Mastercard, da DBS, da Cogniant, da Novartis, da Conduent, da Diageo, da Sandisk, da Motorola, da Harman, da Micron, da Palo Alto, da Reckitt Benckiser, da IBM são todos indianos. Além disso, o atual chanceler do Tesouro britânico é indiano, assim como, nos três últimos anos, o primeiro ministro da Irlanda foi um indiano. Então, eu creio que são os indianos que lideram o mundo”, disse Modi. E explicou que isso era resultado da política de Estado da Índia, que há 50 anos é orientada para a Educação.

Esse é o desafio que fica para nós brasileiros. Enquanto a Educação não for uma obsessão nacional, nada conseguiremos. A mesma paixão que o brasileiro sente em querer ser sempre campeão do mundo de futebol deverá ser perseguida, para um dia podermos ser campeões do mundo em Educação.

Parabéns pelo belo trabalho de toda uma vida, meu caro amigo Covac!

Gabriel Mario Rodrigues

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